quinta-feira, 5 de maio de 2011

Opinião: As eleições para o Conselho Tutelar de Areia Branca e as consequências de resultados de caráter “falso positivo”

CONSELHO TUTELAT Eleição do Conselho Tutelar movimentou a cidade, no domingo (Foto: Erivan Silva)

O exame isolado dos números do recente pleito ao Conselho Tutelar em Areia Branca pode levar-nos a conclusões equivocadas, especialmente se tentarmos compará-lo à eleição convencional para o cargo de vereador. É que existem diferenças significativas entre os dois certames e, assim, se o conselheiro eleito, fazendo sua análise, tentar transformar o total de votos que recebeu num “selo de qualidade” para uma decolagem em direção à Câmara Municipal, poderá estar tendo como base um resultado “falso positivo” que o conduzirá a um final infeliz.

Inicialmente, devemos entender que o número de postulantes a um cargo influencia na escolha do eleitorado. Quanto maior a quantidade de pleiteantes, mais distribuída será a votação e a razão voto/candidato tende a ser menor. Em correlação, o comparecimento do eleitor é um fator que também tem influência nesse índice. Então, sabendo de tudo isso e de que, na eleição à edilidade areia-branquense, há aproximadamente 4 vezes mais candidatos que na do Conselho, fomos buscar, como exemplo, o pleito à Câmara em 2008, e verificamos que foram apurados 16.927 votos e havia 72 candidatos de 4 coligações, com uma relação voto/candidato de 235. Na recente eleição do Conselho Tutelar, os 11.287 votos contabilizados para 17 postulantes resultam numa razão de 663, que é cerca de três vezes maior que a de vereador. Assim, o candidato ao Conselho, naturalmente, tem a tendência de receber uma maior votação.

Outro ponto a observar-se é que a contabilidade do certame ao Conselho é complemente diferente do pleito à Casa Legislativa. No primeiro, cada eleitor escolhe 5 conselheiros e, no segundo, apenas um vereador. No segundo, há a contabilização envolvendo o quociente eleitoral, o que não ocorre no primeiro. Dessa maneira, a quantidade de votos numa eleição não corresponde exatamente à outra, ou seja, se examinados os números estritamente do ponto de vista absoluto, eles são incomparáveis.

Como derradeiro aspecto, sendo a “visibilidade” do cargo de vereador maior que a do posto de Conselheiro Tutelar, a competitividade na Eleição à Câmara Municipal faz da busca pelo voto uma batalha duríssima. Numa campanha eleitoral para vereador, são necessárias estrutura e organização muito mais sofisticadas e, também, grandes habilidades diplomáticas para obter apoios políticos, formar coligações e formular propostas para o povo. Atrair o eleitor é, dessa forma, uma tarefa bem mais árdua para o político que para o candidato ao Conselho.

Portanto, em conseqüência de tudo isso, se quiserem alçar vôo rumo a uma candidatura nas eleições de 2012, os recém eleitos ao Conselho Tutelar necessitam fazer, previamente, uma avaliação minuciosa, considerando inúmeros outros aspectos além do simples resultado do pleito atual, que pode conter somente dados de caráter “falso positivo”. Caso não tenham esse cuidado, a trajetória política dos Conselheiros poderá ter um fim comparado, metaforicamente, ao do Challenger, ônibus espacial norte-americano que, em 1986, explodiu em pleno ar, bem antes de chegar ao seu destino.

De Areia Branca, Marcelo Mendonça

Um comentário:

  1. Se fizermos algumas pesquisas, mesmo que sejam a nível de Estado(RN) veremos que, realmente, aqueles/aquelas que têm confundidos uma eleição convencional com uma eleição de Conselheiro Tutelar em sua grande maioria têm se dado mal, ou seja, as vezes não conseguem nem 0,5% dos votos que conseguem nas eleições de Conselheiros.
    Mas verdade seja dita! as eleições do Conselho Tutelar em Areia Branca/RN foram desorganizadas e foi totalmente descumprido as deliberações que foram retiradas da reunião dos candidatos, comissão eleitoral e promotoria pública. Por exemplo: A Comissão Eleitoral garantiu que faria/organizaria audiências públicas no mês da campanha, palestras nas escolas para divulgar todos os candidatos em condições de igualdade, garantiu buscar espaço na mídia local para "sabatinar" os candidatos, ficou certo que era proíbido fazer bôca de urna no dia da eleição, ficou proíbido o candidato organizar movimentação de transporte em busca de eleitores, etc , etc.
    No local da votação ficamos sabendo que tinha candidatos(as) praticamente forçando o eleitor a votar naqueles números(candidatos) que alí estavam sendo posto no momento. Eu, na condição de candidato, passei duras horas pra votar, houveram pessoas que foram eleitos(as) que conseguiram declaração de trabalhos durante dois anos com criança e adolescente que não condiz com a verdade, fizeram uma primeira apuração e apareceu o nome de THOMAZ em 5º lugar depois refizeram a contagem THOMAS desceu pra 6º lugar. Eu sinceramente estava candidato, milito com crianças e adolescentes desde muito tempo incluindo aí trabalhos voluntários e trabalhos na codição de professor efetivo do Estado(RN),esperava por uma divulgação da comissão eleitoral como ficou acertado em reunião e isso não aconteceu , de fato eu sai pouco pra fazer uma campanha no chamado corpo-a-corpo mas se a comissão eleitoral fisesse um bom trabalho de esclarecimento com os candidatos junto aos eleitores o voto teria sido bem mais qualificados e expontâneo e não aquela bagunça que estava instalada naquele dia onde tenho alguns colegas que foram votar e quase tomam uma "gravata" no pescoço para dar atenção a algum(ns) pedinte(s) de votos que quano nao era o próprio candidato era um cabo leitoral seu. Não fui disputar eleição em busca de emprego mas sim porque conheço a causa e sei que a causa é nobre. Sei que há pessoas que figuram nas cinco primeiras colocações que são totalmente leigos no assunto. Eu sou consciente que os votos que os votos que recebi foram votos espontâneos. Muita gente que foi votar desistiram pois o desenvolvimento da votação estava muito demorado e desorganizado.
    A todos(as) aqueles/aquelas que votaram em mim desde já agradeço pelo respeito e peço desculpas por ter colocado vocês pra fazerem uma votação com tantas horas/minutos de espera devido a desorganização do pleito.

    Atenciosamente:

    Professor Jailton

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Jornalista do jornal O Mossoroense, redator do noticiário matinal “Costa Branca em Notícias”, da Rádio Costa Branca – FM 104,3 de Areia Branca (RN), onde aos domingos apresenta o programa de variedades “Domingão da 104”

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