Morreu “Chico Cocada”, famoso curandeiro e vidente do interior do Rio Grande do Norte
O mais popular vidente do Rio Grande do Norte faleceu na noite de ontem, 4, aos 83 anos. Chamava-se Francisco da Rocha, mais todos o conheciam por “Chico Cocada”, que residia na localidade de Logradouro, nos confins do município de Porto do Mangue. Figura simples, era procurado por milhares de pessoas em busca de cura para males não diagnosticados pela medicina convencional. E tido como o “guru” de muitos políticos que não se lançavam numa disputa eleitoral, sem antes consultar o curandeiro.
O vidente era visitado diariamente (ele atendia de terça a sábado, das 6h às 17h, sem interrupção para almoço) por diversas pessoas de todos os lugares do Rio Grande do Norte, e algumas vezes, de outros estados.
Um dos principais motivos pelos quais ele era procurado eram as recomendações que fazia sobre a saúde dos clientes. Em 2006 ele concedida uma entrevista a uma equipe do jornal O Mossoroense. Os jornalistas relataram que “Chico Cocada” atendia numa pequena e modesta sala ornamentada com quadros de imagens cristãs. Ele utilizava conceitos de astrologia para falar sobre a vida de quem o procurava.
O ritual da consulta era simples: o cliente sentava-se em frente ao vidente, podendo vê-lo somente atrás de uma grade de madeira que o separava da pessoa, coloca a mão fechada em cima de um grande livro de capa preta (semelhante a uma Bíblia) com uma imagem de Nossa Senhora de Medjugorje (pronuncia-se "mediugóri"). O vidente fazia algumas orações e pedia à pessoa para pensar somente em Deus enquanto abria uma pasta posicionada de forma que só ele conseguia ver o conteúdo.
Segundo a fonte, dentro da pasta havia um grande espelho retangular forrando a parte interna da pasta e outros três pequenos espelhos redondos ficavam posicionados em cima do maior. "Eu vejo tudo através destes espelhos", dizia o vidente aos seus clientes.
Depois de alguns segundos, ele pedia para o cliente retirar a mão e começava a falar algumas coisas sobre a vida do interessado. Depois de um certo tempo, o vidente pedia ao cliente para colocar a mão aberta no mesmo livro e passar mais alguns segundos pensando em Deus.
“Chico Cocada” contava que pelos seus espelhos ele podia ver o estado de saúde de uma pessoa e ainda recomendava o uso de remédios (geralmente naturais) para curar as doenças. Ele dizia que não confiava nos médicos.
Apesar de tudo isso, “Chico Cocada” não se considerava adivinho. "Sou um curador, não profeta. Não sou cientista, não sou doutor. Adivinha, só Jesus", diz um recado escrito em cartolina na entrada da casa do vidente.
O curador “Chico Cocada” nasceu em 28 de abril de 1928, na comunidade Lagoa do Piató, em Assú. Ele descobriu o dom da vidência com 15 anos, quando já morava em Logradouro. Ele disse que nessa época sonhava muito com coisas que depois aconteciam.
Quando começou a atender pessoas em sua casa, ele chegou a se confessar com o Frei Damião. “Ele me proibiu de dar preço. Disse: faça seu serviço, continue lá, mas não dê preço. Bote uma urnazinha no seu lugar. Quem quiser dar, que dê. Quem não der, deixe pra lá”. Nesse período, “Chico Cocada” trabalhava com espiritismo e Frei Damião recomendou que ele deixasse, o que fez prontamente.
“Chico Cocada”, apesar de analfabeto, é considerado muito sábio pela comunidade. Sobre o apelido, ele nunca explicou com precisão a origem. “Eu não sei dizer porquê, eu peguei de papai (o pai dele também tinha esse apelido). Eu acho que o pai dele comprou uma fazenda só para fazer cocada. Por conta disso, começou esse negócio de ‘Cocada’”, contou.
.
.
.
.
.
Pesquisar Notícias
Notícias por Tema
Quem sou eu
- Luciano Oliveira
- Jornalista do jornal O Mossoroense, redator do noticiário matinal “Costa Branca em Notícias”, da Rádio Costa Branca – FM 104,3 de Areia Branca (RN), onde aos domingos apresenta o programa de variedades “Domingão da 104”
eu queria saber das oraçoes que ele nos passava pra hora sera que tem como saber...
ResponderExcluir