quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
Promulgada emenda que abre "janela" para troca de partido; prazo começa a valer nesta sexta-feira
Rose de Freitas fez a leitura do texto da Emenda na sessão presidida pelo
deputado Waldir Maranhão
O Congresso Nacional promulgou nesta quinta-feira, 18, a Emenda
Constitucional 91, que abre espaço para que políticos detentores de mandatos
eletivos proporcionais (deputados e vereadores) possam mudar de partido sem a
perda do cargo. A emenda cria a chamada “janela partidária”, um prazo de 30 dias
para que os políticos mudem de legenda sem punição por infidelidade partidária.
O texto é derivado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 113/2015, originária da Câmara dos Deputados (onde tramitou como PEC 182/2007. A promulgação ocorreu em rápida sessão no Plenário do Senado,
dirigida pelo 1º vice-presidente da Mesa do Congresso, deputado federal Waldir
Maranhão (PP-MA). A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), 2ª vice-presidente, fez
a leitura oficial do texto da emenda promulgada.
A janela partidária era apenas um dos pontos da PEC 113/2015,
que trata mais amplamente da reforma política. O restante dos itens foi
desmembrado e continua tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ) do Senado. Entre os pontos a serem analisados, está a
possibilidade do fim de reeleição para presidente, governador e prefeito.
O relator da matéria na CCJ, senador Raimundo Lira (PMDB-PB),
explicou à época que só havia consenso para que fosse votado ainda em 2016, na
comissão, o artigo referente à janela eleitoral.
Pela legislação atual, os parlamentares só podem mudar de
legenda, sem correr risco de perder o mandato, se forem para um partido
recém-criado. O entendimento é de que o mandato pertence ao partido que elegeu o
candidato. Senadores, prefeitos e governadores, no entanto, não estão sujeitos a
essa regra, pois são titulares de cargos majoritários.
Segundo informação da Secretaria Geral da Mesa do Senado, o
prazo começa a contar a partir da publicação da EC 91/2016 no Diário Oficial da
União, o que deve ocorrer nesta sexta-feira, 19.
Fundo partidário
A troca partidária, porém, não será considerada para fins de
distribuição do dinheiro do Fundo Partidário e do acesso gratuito ao tempo de
rádio e televisão. Esse cálculo é proporcional ao número de deputados federais
de cada legenda.
Na prática, portanto, os partidos contemplados agora com
filiações de novos deputados federais não vão se beneficiar com mais recursos
nem adicional de tempo de rádio e televisão nos dois próximos pleitos — as
eleições de outubro próximo (prefeitos e vereadores) e o pleito geral de 2018
(presidente, governadores, deputados federais e estaduais).
Um dos interesses na troca de partido nesse momento são as
eleições de outubro deste ano. Os atuais deputados federais e estaduais, por
exemplo, ganham condições de viabilizar suas candidaturas ao cargo de prefeito
por meio de legendas mais estruturadas ou que estejam mais afinadas com suas
ideias. (Com informações da Agência Senado).
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Marcadores:Política
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- Luciano Oliveira
- Jornalista do jornal O Mossoroense, redator do noticiário matinal “Costa Branca em Notícias”, da Rádio Costa Branca – FM 104,3 de Areia Branca (RN), onde aos domingos apresenta o programa de variedades “Domingão da 104”
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