Eles fazem o lado irreverente da folia local há mais de 60 anos (Foto: Reprodução)

Curiosamente, faltando duas semanas para o Carnaval, não há "ursos" e "bicharadas" nas ruas de Areia Branca. Essas irreverentes figuras eram responsáveis pelo prenúncio da folia na cidade, com suas aparições a partir do final do mês de dezembro contagiando com sua magia os areia-branquenses que entravam no clima da festa com bastante antecedência.

Cadê os “ursos”?

Sem eles, praticamente às vésperas da folia de Momo, as ruas da cidade estão mais vazias. A propalada crise economia estaria contribuindo para a decadência de uma tradição que atravessou décadas e se firmou como brincadeira que envolve os apaixonados pelo Carnaval, independente de idade?

Se bem que nos últimos anos os blocos de “ursos” e “bicharadas” já vinham enfrentando dificuldades devido à falta de apoio dos segmentos locais. Para garantir participação na festa momesca, tinham que sair de porta em porta angariando recursos para manter a tradição. Esse ritual repetitivo deve ter cansado os próprios brincantes.

Bloco Rei da Bicharada no Carnaval de 99 (Foto: Reprodução)

Não se sabe ao certo quantos blocos de "ursos" e "bicharadas" ainda existem em Areia Branca. Mas nos tempo áureos do Carnaval local, eram mais de 10 blocos. Alguns com mais de 20, 30 anos de existência.

Tempos bons, quando as "espécies" saiam às ruas com suas vestimentas pesadas (e surradas) feitas de agave e nylon desfiados e a batida forte do surdo e do tambor, fazendo a alegria de gerações.