Aqui, DEM e PSD (ainda) falavam a mesma língua. E agora?  

O rompimento político do grupo do vice-governador Robinson Faria (PSD) com o Governo Rosalba Ciarlini, terá seus reflexos em Areia Branca. O DEM da governadora e o novo partido de Robinson formam a coligação oposicionista que deverá marchar rumo às urnas de outubro de 2012, com a enfermeira Iraneide Xavier Rebouças (DEM), pré-candidata a prefeita nas eleições do próximo ano.

Em nível nacional o “nascimento” do PSD não agradou ao DEM, que sofreu baixas consideráveis devido ter perdido inúmeros expoentes políticos de peso para a nova sigla. No Rio Grande do Norte o senador e presidente estadual do DEM, José Agripino Maia, orienta os Democratas a acatarem a decisão nacional do DEM não se coligar com o PSD em hipótese alguma.

Em Areia Branca, DEM e PSD são carne e unha, têm nos seus quadros os principais nomes do sistema de oposição. No contexto político local dificilmente um dos dois partidos sobreviveria sem a sombra do outro.

A situação é mais complicada para o lado do ex-prefeito Ruidemberg Ferreira Souto, “Beguinho”, que trocou o PTB, do qual era presidente no município, pelo PSD de Robinson. Lembrando que a oposição votou fechada na chapa Rosalba/Robinson para o Governo do Estado. Agora com os dois “rachados”, resta saber quem fica com quem em nível local. Ou seja, como será a relação do DEM com o PSD para as eleições municipais de 2012, em Areia Branca.

Mas, vale uma ressalva: o rompimento de Robinson Faria com o Governo Rosalba pode ser também uma estratégia para atrair a oposição em torno de um projeto político macro, envolvendo a Prefeitura do Natal em 2012, o Senado Federal e o Governo do Estado em 2014.

O vice-governador tem consciência que permanecendo onde estava a campanha de 2014 seria uma incógnita para ele que sonha em ser senador. Como vice, as chances de emplacar uma candidatura majoritária seriam remotíssimas, ou para ser direto, seriam praticamente impossíveis, uma vez que Rosalba vai trabalhar a sua reeleição. Ao lado dela estão José Agripino, Garibaldi Alves (os dois senadores) e ainda o deputado federal Henrique Alves (PMDB), que também quer trocar a Câmara Federal, onde é inquilino há mais de 40 anos, pelo Senado.

Os espaços para Robinson no governo com certeza iriam se afunilando com o passar do tempo. Talvez, ele tenha saltado do barco na hora certa.