quarta-feira, 16 de março de 2011

Receitas ilegíveis levam vereadores a pedir que Farmácia Básica funcione no hospital

DIJALMA  SILVADijalma Silva mostra sua preocupação com as receitas médicas ilegíveis

A instalação de um posto ou mesmo da Farmácia Básica do município nas dependências do Hospital/Maternidade Sara Kubitschek, foi um dos temas mais discutidos na sessão ordinária de ontem, 15, no plenário da Câmara Municipal de Areia Branca. Vereadores governistas e de oposição se uniram em torno do pleito que consideram uma necessidade urgente e fundamental para a saúde da população. E explicitaram os motivos de tais preocupações.

O assunto veio à tona por intermédio do vereador Dijalma da Silva Souza (PMDB), que ao fazer uso da palavra relatou que foi procurado por uma pessoa se queixando de não ter adquirido determinado medicamento nas farmácias da cidade, porque ninguém conseguiu decifrar os garranchos do médico na receita.

Segundo Dijalma Silva, o medicamento foi receitado por um médico do município (disse que sabia quem era, mas não citou o nome) para uma paciente com uma grave enfermidade. “Essa pessoa poderia ter morrido pela falta desse medicamento, porque o médico não expediu a receita com letras legíveis”, reclamou.

Diante desse fato, houve uma manifestação dos vereadores no plenário da Casa, seguido da sugestão para que o Executivo municipal providencie a instalação de um posto ou da Farmácia Básica para funcionar no hospital. O entendimento dos edis é que a maioria das receitas, principalmente nos finais de semana, saem daquela unidade hospitalar e tendo a Farmácia Básica funcionando no local, é bem mais fácil o atendimento a esses pacientes no tocante ao medicamento receitado.

CHICO LOPES, ptb“Chico Lopes” havia alertado sobre o problema no plenário da Casa

Essa questão de receitas ilegíveis já foi tema de discussão na Câmara Municipal em 2009, tendo inclusive tramitado e sido aprovado um projeto de autoria do vereador Francisco Lopes da Silva, “Chico Lopes” (PTB), onde sugere que os médicos emitam receitas legíveis e se possível, digitadas, como fazem quando a consulta é particular.

O Blog conversou com um experiente balconista de uma farmácia da cidade, que deu um exemplo prático do perigo que uma receita mal escrita pode trazer: “um médico pode recomendar ao seu paciente diabético o remédio Daconil, mas se a letra dele não for legível é muito fácil que aquele medicamento seja confundido com o Dactil, cujo uso é indicado para casos de gravidez de risco”.

Muitas vezes, segundo o balconista, só quando pergunta ao paciente o que ele está sentindo ou que doença ele tem, consegue diferenciar os medicamentos. Nas farmácias locais já houve casos do balconista telefonar para o médico numa tentativa de ‘traduzir’ o que está escrito na receita. “Quando o médico é da mesma região onde fica a farmácia, a gente acaba se adaptando. Mas se o médico não é da localidade, a história é outra”, complementa.

O problema com a legibilidade das receitas médicas relaciona-se diretamente com a Ética Médica. Entretanto, por já existir uma tradição de que todo médico tem a letra feia é difícil que um trabalho de conscientização seja seguido à risca. O próprio Código de Ética Médica, em seu artigo 39, trata do assunto advertindo que recai sobre a responsabilidade do médico “Receitar ou testar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos”.

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Jornalista do jornal O Mossoroense, redator do noticiário matinal “Costa Branca em Notícias”, da Rádio Costa Branca – FM 104,3 de Areia Branca (RN), onde aos domingos apresenta o programa de variedades “Domingão da 104”

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