"Maria-Mãe, no projeto de Amor do Pai" é o tema geral da Festa de Nossa Senhora da Conceição 2010, padroeira do município. De acordo com a programação distribuída pela paróquia de Areia Branca, as atividades relacionadas à data tiveram início no domingo, 28, com a abertura solene, e encerram nesta quarta-feira, 8, dia dedicado à santa.

Matriz da Conceição receberá grande número de fiéis no encerramento da festa da padroeira

Hoje, dia da padroeira, as festividades começaram às 5h com alvorada e Ofício de Nossa Senhora. Na igreja matriz, às 6h, haverá o Café Comunitário na Praça da Conceição; e às 9h haverá missa solene.

O ponto alto da programação de hoje, será a procissão com a imagem da santa pelas ruas da cidade. A procissão começa às 16h, e encerra às 17h, missa solene na igreja matriz com a vinda de todas as comunidades.

A parte social da festa teve inovações, sendo a principal novidade o projeto Porto da Conceição, que objetivou resgatar os tempos áureos da navegação e efervescência do comércio na área portuária do Cais Tertuliano Fernandes nas décadas de 20 e 30.

Ali, era local de embarque e desembarque de navios a vapor, que vinham da Europa, do Porto de Gênova (Itália), Recife e Rio de Janeiro.

Segundo a socióloga Solange Rosana Gregório, que também é assistente social, artista plástica e pesquisadora da cultura nordestina, no porto, naquela época, eram comercializados tecidos, perfumes, calçados, fumo, cereais, sal, carne de charque, entre outros produtos que eram distribuídos para algumas cidades da região. "O Porto da Conceição na época era considerado o segundo maior porto do Nordeste, pois o primeiro era o de Recife. Por isso, foi denominado "Porto Franco", devido à fartura no comércio local", descreve a pesquisadora num trabalho sobre o tema desenvolvido para a Paróquia Nossa Senhora da Conceição.

Cais do porto, o retrato de Areia Branca nos tempos áureos

Ainda de acordo com os registros feitos por Solange Gregório, naquele período a mão de obra local era muito valorizada e junto com a efervescência do porto, prosperavam profissões como estivador, conferente, calafate, salineiro, barcaceiro, cabeceiro, entre outras. Das citadas, apenas a de salineiro ainda resiste aos avanços tecnológicos. A época também foi próspera para os sindicatos, já que existia uma média de 30 entidades sindicais funcionando com expressivo número de associados.

O projeto Porto da Conceição objetiva ainda, resgatar as festas tradicionais da época realizadas na cidade, como o pastoril, bailes de gala, serenatas, marujada e o Carnaval (o "urso", que veio com os vaporseiros de Veneza).

O ponto alto do projeto, segundo a organização da festa da padroeira, que tem à frente o padre Luiz Sampaio Rego, pároco local, é o pastoril revido no cais, com as movimentadas barracas do "Cordão Azul" e "Cordão Encarnado".

Cada barraca com a sua rainha, leilões, serenatas, animadores, promoções e comidas típicas. Na verdade é uma competição, onde a barraca vencedora será aquela que arrecadar mais recursos durante o período de funcionamento.

Essa atividade, de acordo com os organizadores, visa fortalecer o espírito cooperativo, a unidade, o trabalho em equipe e, ainda, arrecadar fundos para a Igreja.